Pois é! Aqui está a entrada para a melhor discoteca do mundo, de que há memória!
Nas manhãs de domingo, depois da missa das oito e trinta, íamos ás reuniões dos escuteiros que se realizavam no salão paroquial com o chefe “Firo” e o chefe “Toní”.
A verdade seja dita, nem sempre era assim, ou seja, nem nós íamos sempre á missa, nem sempre íamos ás reuniões dos escuteiros. Isto acontecia sempre que os chefes nos ameaçavam: “Quem não vier ás reuniões, não vai aos acampamentos”.
Mas nós sabíamos, que bastava irmos a duas reuniões antes dos acampamentos, que ele nos deixava ir. Os acampamentos eram espectaculares!
Muitas vezes faltávamos á missa dominical, e ás reuniões dos escuteiros para podermos ver os jogos dos juniores, que se realizavam ao Domingo de manhã, no campo de Barreiros (campo novo).
Lembro-me que a primeira vez que faltei á missa propositadamente, foi para ver um jogo de fim de época, em que o clube da nossa terra jogava com o Atlético Cabeceirense. Com a vitória do clube visitante por 1-3 (se não estou em erro). O que importa nesta história, é que o Atlético Cabeceirense (juniores), subiu de divisão, houve no final uma pequena invasão ao campo de jogo; e eu consegui entrar nos balneários, e trazer de lá duas camisolas de jogo. Estas eram lindas! Azuis e rubras, originais, uma com o número 3 e a outra com o número 7. Nessa manhã consegui ser o pequeno herói entre os meus amigos, com estes admirar (com inveja) o meu presente. Foi a primeira vez que tive uma camisola oficial de jogo, pois as camisolas que normalmente tínhamos para jogar á bola, resumiam-se a uma t-shirt branca, em que o número nas costas, era personalizado por nós com uma ” borrona” de cor.
As tardes de domingo resumiam-se com a ida á bola, quando havia jogo em casa, para ver o clube da terra, e desta vez para ver os grandes (os seniores), a equipa principal a jogar.
Lembro-me de pertencer á claque infantil do clube, os “Joaninhas”, porque o nosso clube vestia de vermelho.
Nos domingos que não havia jogo, as tardes eram passadas com brincadeiras no pátio da escola, a jogar ao “Baliza em Baliza”; a ir espreitar os namorados, ir para o salão tentar que o porteiro das sessões de cinema nos deixasse entrar na última parte do filme, ou ainda, a ir á discoteca.
Teríamos menos de doze anos quando nos finais das tardes de domingos, íamos até á estrada nacional, mais propriamente para a frente do portão da discoteca “ARPA”.
A discoteca “Arpa”, foi durante muitos anos a única discoteca existente nas redondezas, pelo que durante muitos anos, foi objecto de críticas, principalmente por parte das entidades eclesiásticas cá da terra, que a viam como um antro de pecado…
Começamos a reparar que a chegada altura, no final da tarde, o pessoal que saía da discoteca (toda a gente conhecia a discoteca não por “Arpa”, mas por “Vacaria”), fazia-se acompanhar por uma senha que trazia de dentro do espaço de dança.
Como a discoteca era relativamente pequena, muitos dos seus frequentadores vinham cá fora apanhar ar, ou ressacar, ou ainda para dar uma volta com a miúda. Como normalmente voltavam, antes de saírem da “Vacaria”, os frequentadores traziam uma senha que lhes permitia entrar novamente no espaço, sempre que o desejassem.
No final das tardes de domingo, começamos a parar frente ao portão que dava acesso á “Vacaria”, para a caça á senha.
Sempre que vinha alguém para fora, nós perguntava-mos se voltavam. Caso as pessoas dissessem que não, então nós pedíamos a senha, para podermos entrar. À medida que os domingos passavam, muitos eram aqueles que já nos conheciam e nos davam a senha para podermos dançar, e principalmente para vermos a malta aos beijos e abraços.
Muitas vezes (quase sempre) depois de arranjar a senha era necessário dar a volta ao porteiro, visto que ainda não possuíamos idade para frequentar estes espaços, tínhamos que convence-lo a deixar entrar.
Inicialmente, conseguíamos entrar porque algum dos nossos irmãos mais velhos, ou os amigos destes falavam com o porteiro para nos deixar entrar, com o velho argumento de que sessão estava acabar…
O que estava acabar para uns, estava a iniciar para nós! Sejam bem-vindos á “Sound Disco”!
Logo á entrada tinha o “Zé Ramalho” a controlar os casacos. Tudo no escurinho, a cabine de som do Emídio Guerreiro do lado esquerdo; a pista de dança no centro, com a sua belíssima bola de cristal e as suas luzes intermitentes acompanhar a música que era debitada.
Tudo era fascinante para nós, um mundo completamento diferente e moderno!
Outra das coisas que nos encantava, era o bar (na parte inferior), e do reservado, com os pares de namorados aos beijos, e a mesa da patroa da discoteca sempre cheia de bebidas.
Mas o que nós gostávamos mesmo, era ver os pares de namorados a dançar agarradinhos durante o “Slow”, na pista de dança que estava marcada por uma “cerca” de madeira que demarcava a zona de dança.
O que parecia ter sido uma tarde de diversão na discoteca, não passava de meia hora bem gozada, que depois de nós termos entrado, dava como encerrava a sessão desse domingo…
O certo era, que depois de sairmos da “Vacaria” cruzávamo-nos muitas vezes com o meu avô á entrada do portão da discoteca. Segundo ele: Só estava por ali porque era normal dar um passeio ao domingo por aqueles lados (eu acho que ia lá porque gostava de ver as miúdas a passar).
Nas manhãs de domingo, depois da missa das oito e trinta, íamos ás reuniões dos escuteiros que se realizavam no salão paroquial com o chefe “Firo” e o chefe “Toní”.
A verdade seja dita, nem sempre era assim, ou seja, nem nós íamos sempre á missa, nem sempre íamos ás reuniões dos escuteiros. Isto acontecia sempre que os chefes nos ameaçavam: “Quem não vier ás reuniões, não vai aos acampamentos”.
Mas nós sabíamos, que bastava irmos a duas reuniões antes dos acampamentos, que ele nos deixava ir. Os acampamentos eram espectaculares!
Muitas vezes faltávamos á missa dominical, e ás reuniões dos escuteiros para podermos ver os jogos dos juniores, que se realizavam ao Domingo de manhã, no campo de Barreiros (campo novo).
Lembro-me que a primeira vez que faltei á missa propositadamente, foi para ver um jogo de fim de época, em que o clube da nossa terra jogava com o Atlético Cabeceirense. Com a vitória do clube visitante por 1-3 (se não estou em erro). O que importa nesta história, é que o Atlético Cabeceirense (juniores), subiu de divisão, houve no final uma pequena invasão ao campo de jogo; e eu consegui entrar nos balneários, e trazer de lá duas camisolas de jogo. Estas eram lindas! Azuis e rubras, originais, uma com o número 3 e a outra com o número 7. Nessa manhã consegui ser o pequeno herói entre os meus amigos, com estes admirar (com inveja) o meu presente. Foi a primeira vez que tive uma camisola oficial de jogo, pois as camisolas que normalmente tínhamos para jogar á bola, resumiam-se a uma t-shirt branca, em que o número nas costas, era personalizado por nós com uma ” borrona” de cor.
As tardes de domingo resumiam-se com a ida á bola, quando havia jogo em casa, para ver o clube da terra, e desta vez para ver os grandes (os seniores), a equipa principal a jogar.
Lembro-me de pertencer á claque infantil do clube, os “Joaninhas”, porque o nosso clube vestia de vermelho.
Nos domingos que não havia jogo, as tardes eram passadas com brincadeiras no pátio da escola, a jogar ao “Baliza em Baliza”; a ir espreitar os namorados, ir para o salão tentar que o porteiro das sessões de cinema nos deixasse entrar na última parte do filme, ou ainda, a ir á discoteca.
Teríamos menos de doze anos quando nos finais das tardes de domingos, íamos até á estrada nacional, mais propriamente para a frente do portão da discoteca “ARPA”.
A discoteca “Arpa”, foi durante muitos anos a única discoteca existente nas redondezas, pelo que durante muitos anos, foi objecto de críticas, principalmente por parte das entidades eclesiásticas cá da terra, que a viam como um antro de pecado…
Começamos a reparar que a chegada altura, no final da tarde, o pessoal que saía da discoteca (toda a gente conhecia a discoteca não por “Arpa”, mas por “Vacaria”), fazia-se acompanhar por uma senha que trazia de dentro do espaço de dança.
Como a discoteca era relativamente pequena, muitos dos seus frequentadores vinham cá fora apanhar ar, ou ressacar, ou ainda para dar uma volta com a miúda. Como normalmente voltavam, antes de saírem da “Vacaria”, os frequentadores traziam uma senha que lhes permitia entrar novamente no espaço, sempre que o desejassem.
No final das tardes de domingo, começamos a parar frente ao portão que dava acesso á “Vacaria”, para a caça á senha.
Sempre que vinha alguém para fora, nós perguntava-mos se voltavam. Caso as pessoas dissessem que não, então nós pedíamos a senha, para podermos entrar. À medida que os domingos passavam, muitos eram aqueles que já nos conheciam e nos davam a senha para podermos dançar, e principalmente para vermos a malta aos beijos e abraços.
Muitas vezes (quase sempre) depois de arranjar a senha era necessário dar a volta ao porteiro, visto que ainda não possuíamos idade para frequentar estes espaços, tínhamos que convence-lo a deixar entrar.
Inicialmente, conseguíamos entrar porque algum dos nossos irmãos mais velhos, ou os amigos destes falavam com o porteiro para nos deixar entrar, com o velho argumento de que sessão estava acabar…
O que estava acabar para uns, estava a iniciar para nós! Sejam bem-vindos á “Sound Disco”!
Logo á entrada tinha o “Zé Ramalho” a controlar os casacos. Tudo no escurinho, a cabine de som do Emídio Guerreiro do lado esquerdo; a pista de dança no centro, com a sua belíssima bola de cristal e as suas luzes intermitentes acompanhar a música que era debitada.
Tudo era fascinante para nós, um mundo completamento diferente e moderno!
Outra das coisas que nos encantava, era o bar (na parte inferior), e do reservado, com os pares de namorados aos beijos, e a mesa da patroa da discoteca sempre cheia de bebidas.
Mas o que nós gostávamos mesmo, era ver os pares de namorados a dançar agarradinhos durante o “Slow”, na pista de dança que estava marcada por uma “cerca” de madeira que demarcava a zona de dança.
O que parecia ter sido uma tarde de diversão na discoteca, não passava de meia hora bem gozada, que depois de nós termos entrado, dava como encerrava a sessão desse domingo…
O certo era, que depois de sairmos da “Vacaria” cruzávamo-nos muitas vezes com o meu avô á entrada do portão da discoteca. Segundo ele: Só estava por ali porque era normal dar um passeio ao domingo por aqueles lados (eu acho que ia lá porque gostava de ver as miúdas a passar).
2 comentários:
DOMINGO era dia de ...
1. Missa, que eu evitava a todo o custo ...
2. Frango Assado (que eu muitas vezes fui buscar ao Café da Lameira), aquele arroz que só a Dª Virginia sabe fazer, umas batatas fritas deliciosas ... Que SAUDADES!!!
3. Café Central e, do lado de cá (como se se tratasse do muro que dividia as duas Alemanhas) avistava @s jovens que entravam e saíam ...
Assim era a vida de uma jovem adolescente em meados da década de 1980 ... quando a novela que estava a dar era o "Pai Herói" ;)
Parabéns, Paulo!
Bas memórias!
JF
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