sexta-feira, 27 de junho de 2008

Aos Índios, aos Cowbois...e aos "Contrapilas"!!!


Pois é! Aqui está o verdadeiro Índio…
As férias de verão corriam tranquilamente com os nossos habituais jogos, as nossas empreitadas ao alumínio, e com as nossas intermináveis conversas sobre quem era o segundo melhor jogador do grupo, uma vez que o craque era o “Mindo”.
Sempre que uma retroescavadora fazia algum serviço lá na terra; um desaterro, um desbravar de árvores em algum monte, ou outro serviço qualquer, a malta estava garantidamente lá (as tardes inteiras) a vê-las trabalhar.
Tenho a certeza que este tipo de máquinas ainda hoje fascina e povoa o imaginário de muitas crianças daquela época. A força invencível daquelas máquinas e o poder de quem as controla, exerciam sobre nós um fascínio indescritível. Sentávamos no alto do monte, ou no alto da casa vizinha analisar a perícia do condutor e a comentar todo o trabalho efectuado na obra.
Se puxarem um pouco pela memória talvez cheguem á conclusão: onde havia um “contrapilas”, (assim chamávamos nós às retroescavadoras), havia sempre um grupo de crianças a fazer plateia…
A nossa aldeia é enorme, e chegávamos a percorrer mais de dois quilómetros,muitas vezes de uma ponta á outra, só para ver estas máquinas a trabalhar. Os “contrapilas” eram os nossos “TRANSFORMERS” daquela época, onde tinhamos a vantagem de os podermos ver (sempre que podiamos e queriamos) ao vivo!
No inicio de umas férias de verão, num monte muito perto do largo da “Venda da Teresinha”, estava a ser desbravado por vários “contrapilas”, com intuito de lá serem construídas algumas habitações.
O espectáculo não podia ter sido melhor, vários dias de entretimento a ver as máquinas a trabalharem e (no final) um monte de árvores tombadas, umas por cima das outras…
Tínhamos que explorar esta situação ao máximo, e nada melhor que jogar aos índios e aos cowboys, neste cenário de arvores tombadas, onde poderíamos fazer esconderijos e barracas fantásticas.
Antes de dar inicio ao jogo, havia que tratar das vestimentas e do armamento…
Os cowboys, vestiam-se com as vestes do carnaval, ou seja, naquela altura quase toda a malta tinha um chapéu de cowboy e uma pistola de água.
Os Índios tinham os arcos de flechas feitos com uma boa cana arqueada, onde rachavam as pontas para colocar o fio de corda bem esticado, e as flechas eram as varetas dos guardas chuvas velhos enfeitadas com penas. Actuavam em tronco nu, com as suas pinturas de guerra...
Por estes dias, as galinhas da senhora Aurora é que eram as sacrificadas! Por necessidade nossa precisávamos de penas para os arcos, para as flechas, e acima de tudo para “coroas” dos índios. Nestas coisas dos índios, havia uma hierarquia, e o chefe usava a longa “coroa” que descia pelas costas abaixo.
Durante mais ou menos duas semanas, íamos todos os dias para o campo de batalha deixado pelos “contrapilas”, jogar aos índios e aos cowboys...

Nota: “Contrapilas”= a CATerpillar (marca das retroescavadoras)

2 comentários:

Isabel Ferreira disse...

Desculpa lá maninho ... mas a palavra deve ter evoluído desde a minha até à tua geração ;)
Na minha geração chamávamos, passo a citar "Corta-Pilas" e ríamos à gargalhada cada vez que o dizíamos LOL :)

Unknown disse...

ahhhh pois é pelezinho isto de ser mais novo tens destas coisas e sabes que a isabel nunca facilitou. ela é do tempo dos "corta - pilas" ihhihhihihi
imagina se ela fosse do tempo da falecida VIRINHA, imagina o que ela iria dizer
abraço